segunda-feira, 9 de agosto de 2010

CURRICULUM VITAE


HOJE PEDIRAM-ME PARA FAZER UM.....


Já fiz cócegas ao meu filho só para que deixasse de chorar, já me queimei a brincar
com uma vela, já fiz um balão com a pastilha que se me colou na cara toda, já falei
com o espelho, já fingi ser bruxa.
Já quis ser veterinária, cantora, bailarina; já me
escondi atrás da cortina e deixei esquecidos os pés de fora.
Já roubei um beijo, confundi os sentimentos, tomei um caminho errado e ainda sigo,
caminhando através do desconhecido.
Já raspei o fundo da panela onde se cozinhou o creme, já me cortei ao
brincar, muito apressada, e chorei ao ouvir determinada música.
Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de esquecer.
Já subi às escondidas até ao terraço para agarrar as estrelas, já subi
a uma árvore para roubar fruta, já caí por uma escada.
Já fiz juramentos eternos, escrevi no muro da escola e chorei sozinha
na casa de banho por algo que me aconteceu;
Já corri para não deixar alguém a chorar, já fiquei só no meio de mil
pessoas, sentindo a falta de uma única.
Já vi o pôr-do-sol mudar do rosado ao alaranjado, já mergulhei na
piscina e não quis sair mais, já bebi whisky até sentir os lábios
dormentes, já olhei para a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o meu lugar.
Já senti medo da escuridão, já tremi de nervos, já quase morri de
amor e renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei a meio da noite e senti medo de me levantar.
Já andei descalça pela rua, gritei de felicidade, roubei
rosas num enorme jardim, já tive uma paixoneta e pensei que era para
sempre, mas era um “para sempre”… pela metade.
;Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas. já
chorei por ver amigos partir e depois descobri que chegaram outros novos e que a
vida é um ir e vir permanente.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da alma, guardadas num baú, chamado coração.
E agora um formulário interroga-me, encosta-me a parede e grita:
“- Qual a sua experiência?”
Essa pergunta ecoa no meu cérebro:
“experiência…experiência…
” Será que ser “plantador de sorrisos”
é uma boa experiência?
Não!!!
Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!”

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